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  • Foto do escritor@amandasandhas

(DES) Territorializando-se - do continente ao corpo -


Em suma, Território refere-se a uma porção limitada de espaço, espaço físico como fronteiras, corpos, propriedades privadas e até mesmo territórios ideológicos e intelectuais. O ato de TERRITORIALIZAR-SE neste contexto refere-se a atitude de assumir o que, no estudo da ciência geográfica, chamamos de ''assumir territorialidade'' sob determinado espaço, isto esta intimamente ligado ao exercício do poder.


Este exercício do poder pode desdobrar-se de inúmeras maneiras, sendo poder de tutela que uma mãe possui sobre seus filhos, de um empregador aos sus subordinados, da metrópole em relação a colônia, de um país sobre outro, etc. O fato é que o poder está sempre envolvido um sistema na qual sua organização baseia-se SEMPRE é a partir da HIERARQUIA, quando não há relações de poder, portanto, não há hierarquia. A disputa e a tão estuda na escola e em ciências humanas ''conquista'' por territórios aplica-se aqui. Uma parcela de terra ou alguém é ''conquistado'' quando aquele que desejava conquistar ,no sentido de tomar para si e assumir poder sobre, o '''conquistador'' teve sucesso em sua empreitada. O prefixo ''des'' na língua portuguesa significa ''de ação contrária'' de ''separação, o termo DES-TERRITORIALIZAR-SE é referido aqui ao fato de corpos,lugares, ideologias e qualquer território que tenha sofrido com o processo de ''conquista'' ou invasão ou saqueamento ou colonização, neste caso de si mesmo por outrem. Portanto, para des - territorializar-se é necessário reconhecer os frutos e as ervas daninhas que compõem territorialidades do objeto de análise, seja ele seu corpo, sua mente, os currículos universitários, o continente que habitamos.


O grande e necessário exercício de assumir-se, seu corpo, enquanto território, dentro de um território colonizado que é a América Latina sobretudo quando abrimos a discussão quando trata-se de corpos femininos atento-me ao fato de que além de ideologias descoloniais e desterritorializadas, assumir o próprio território - o corpo - e desterritorializar-se, assumindo poder sobre si mesmx (utilizo a palavra poder, pois quando trata-se do individual as relações de hierarquia não são estabelecidas, pelo obvio de que precisa de um dominado e um dominador por isso, sempre o poder é individual, oposto a relações de potências).


Assumir-se esta ligado a atitude de incorporar, revestir(-se) de si e reconhecer a raiz comum que está presente em todos e em todo território e iniciar-se ao grande e longo processo de desterritorializar-se, assim como a necessária desidentificação psíquica com o ego, o que refiro-me aqui é para atingir o crescimento e a liberdade da colônia e do sistema colonial, nossos corpos e mentes devem passar pelo processo, para assim -em cada escolha - contribuir para a identidade latino americana, que compõem a cada um de nós, a mudança de relações de poder para relações de potência, que são mais construtivas, até que as mudanças em nossas estruturas internas aconteçam, comecemos a analisar, a reflexionar e adquirir ou conquistar conhecimento sobre estruturas históricas que, muitas vezes nos mantém como simples territórios a serviço - jamais de nós mesmo, mas de um sistema hierárquico que atravessa vidas, valores, séculos.











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