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  • Foto do escritor@amandasandhas

Entre agrotóxicos e hormônios - Venenos, nos corpos, da , na Terra -

Uma lenda antiga conta a história de um rei com uma ferida, que esta ferida seria apenas curada se seu filho entregasse seu sangue a Terra, seu filho veio, sofreu e entregou seu sangue, no entanto a ferida do rei permaneceu aberta. Esta lenda trata-se de uma história patriarcal, a ferida de um rei, é a ferida de toda terra, um rei ferido representa portanto um povo ferido. Essa história afirma que no dia que todas as mulheres devolverem seu sangue em reverência a Terra, esta ferida será curada, pois o sangue menstrual é rico em nutrientes, civilizações ancestrais acreditavam que ele possui ''mana'' - energia vital, além do útero em sânscrito ser traduzido como RTU ritual, como ritualizar, honrar e naturalizar elementos que foram transformados em sujos, nojentos, pejorativos, diminutivos ao feminino? (trechos reduzidos dos livros ''O Milionésimo círculo'' e Seu Sangue é Ouro'').


A falta de reverência em relação a Terra, reflete-se nos corpos que habitam a esta Terra. A América Latina, em sua história, nasceu de estupros, de roubos, de relações hierárquicas, passou por divisões, foi ''liberta'' passou por ditaduras políticas extremas e segue sendo vista, assim como o continente africanos - e a lógica do pensamento do sul- como parte ''sub-desenvolvida'' do mundo capitalista global.


Injetar hormônios nos corpos - principalmente femininos - no parto, em pílulas anticoncepcionais, em outras espécies de fêmeas como galinhas, vacas, porcas para que deem leite, gerem filhotes para venda ou para que as mulheres sigam linearmente, sem oscilações em seu ciclo menstrual e no parto para que o trabalho seja rápido, é negar todos os rituais de passagem naturais, assim como, é não relacionar a natureza em nossos próprios corpos, assim como as estações do ano, os ciclos de dia e noite, a menstruação e a ovulação.


Injetar agrotóxicos e venenos na Terra para que ela siga produzindo alimentos sem tempo para regenerar-se é negar o direito da natureza de ser a si mesma. Mais ainda, comercializar venenos tóxicos, chamados de agrotóxicos e colocá-los na mesa da população é envenenar-nos.


O ciclo, qual não respeita nenhum padrão, a não ser o ciclo de produção contínua repete-se invariavelmente, em seus estudos a geógrafa Larissa Bombardi estabelece a relação dos agrotóxicos no Brasil, mapeando seu uso veja aqui http://conexaoagua.mpf.mp.br/arquivos/agrotoxicos/05-larissa-bombardi-atlas-agrotoxico-2017.pdf descolonizar nosso corpo passa, invariavelmente por questões práticas e ideológicas de consumo, a reverência a Terra, a sabedoria ancestral revelam formas de viver ou ''formas del buen vivir'' que é a política equatoriana, nas quais a ligação entre os seres humanos, outros seres e a Terra são íntimas.


É possível criar alternativas simples para livrar-nos e viver com mais saúde nesta, desfrutando da capacidade e potenciais presentes no nosso Território, segue aqui uma lista de ações simples que podem ser adotadas, principalmente por mulheres:


- Substitua absorventes descartáveis por panos de algodão natural

(além de economizar, os descartáveis podem causar síndrome do choque tóxico, contém amianto, aromatizantes, levam + 100 anos pra se decompor, são potencialmente cancerígenos);


- Procure informar-se sobre métodos de controle de fertilidade, além de estabelecer uma relação mais íntima com seu corpo, você não será refém de hormônios artificiais

(bula do anticoncepcional, contraindicações leia a sua);


- Se puder, faça uma composteira para lidar com seus resíduos orgânicos;


- Faça uma horta vertical;


- Una-se a rede de produtores orgânicos, da agricultura familiar, saiba de onde vem seu alimento;


- Conscientize-se, você pode contribuir para consciência ambiental em cada escolha;


Descolonizar o corpo é libertar-se de qualquer ideia de ''ter que ser'' de determinado jeito, ademais, adquirir informações de fontes seguras e que você sinta-se bem consigo através de práticas cotidianas é um ótimo primeiro passo nesta jornada. Curar a Terra é curar a si mesma.



Documentários para assistir :


- THE CORPORATION


- O VENENO ESTÁ SOBRE A MESA


- LUNA ROJA









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